quarta-feira, 18 de maio de 2011

Fragmento I


a vida, baby, passa tenderosa:


 o vinho dentro da garrafa, o sangue dentro do corpo entre outras coisas calmas. você não é uma alucinação, é uma estrela-peixe no meu aquário em saturno. o vinho escorrendo no sangue. baby, o tempo passa calmo e nem um mundo adulto será capaz de nos tornar rançosos como aqueles senhores e suas gastrites hemorróidas sangue-água. nós seguimos à galope nos cavalos da rebeldia seguindo a risca os preceitos básicos rimbaudianos, usando referências bêbadas e levando em nossos olhos a morfina de Tristesse. nós poderíamos andar rasgados pelas ruas ociosas com nosso ócio do descaso pelas coisas que não nos oferecem prazer. seus olhos continuam jabuticabas frescas e suas unhas mal-feitas me provocam cada dia mais. como os olhos de aborto da mãe de Ginsberg, como as conas cobertas de barba negra das garotas profanas, como os dentes quebrados dos pagãos oitentistas, como as redes tristes dos pescadores de lama... eu vou te empanar na areia na primavera, eu vou te mostrar com quantos violões se faz um rock, eu vou fazer amor contigo por telepatia, eu vou me virar do avesso pra te esquentar com minha chama então me chama que o chão é cama pra quem tem pressa em ser amado.    

Um comentário:

  1. o final mais lindo do mundo, como você.
    Love is you. You and me.
    Eu te amo. Muito

    ResponderExcluir