“eu fiz um pacto com a prostituição,
Afim de semear a desordem entre as famílias”
Lautréamont
Quando todos se cansarem
da cólera
dos cães
da chuva
Maldoror estará com seu cajado
enterrado na vagina do mundo
sobre o montes celestiais
observando a miséria da humanidade
cantando canções de caos
comendo maçãs com vermes
& o pacto da prostituição dos homens
roerá o que sobrou de nós,
os filhos da babilônia,
nós,
os miseráveis sanguinários,
que escrevemos seus cantos
em paredes de quartos alheios
com o sangue menstrual das virgens
de Sodoma,
nós,
os anjos bestiais,
filhos de Maldoror,
cantamos o ovo do cosmos
para explicar a doença
dos olhos de barro de Mondigliani,
para uivar sobre os esqueletos de Bruegel,
para ninar nossas ninfas
& abençoar a louca paixão de Lorca
por Dali.