segunda-feira, 2 de maio de 2011

Algumas faíscas duram mais do que segundos

Enquanto ela tomava sua ultima dose do veneno
Ele vomitava moscas no jardim
Os coelhos eram abortados
                            compusivamente por toda a humanidade
Seus olhos ainda não sangram, honey,
Eu quero te comer à milanesa
Eu quero um colchão em chamas
Eu sou uma palmatória nos seus olhos
Eu sou um quilometro quadrado de libido
Me dê alguma coisa mais amarga
Me dê seu coração ferido com agulha
Mostre sua mão
Jogue as meias das garrafas da janela
Por que você não se droga comigo?

E desde que choramos e mijamos juntos
Você é uma alucinação nos meus olhos latinos
Eu quero sua mão na cabeceira da cama
Eu quero sua poção de amor-dos-deuses-gregos
Eu sou um anarquista montado num foguete de cólera
Eu sou um parasita nos seus sonhos de volúpia


Por que você insiste em não me dar o seu rabinho, honey,
Eu posso te fazer sangrar na ponte
Eu posso arrancar seu fígado inflamado
Raspe a barba negra que envolta sua vagina
Meu amor doente
Meu amor de fome

Eu tenho gula em comer-te,
eu quero te comer a céu aberto,
Eu quero te fazer um filho um neto.
Pule da ponte e caia de cabeça numa pedra pomes
Você não leu Allen Ginsberg?
Você não foi a Argentina dançar tango e comer paejas
Você não sabe nada da vida porque sempre nega
quando ofereço minha dose conhaque
seus olhos são duas amoras prontas para serem lambidas
seus pés são o que mais desejo
não quero rasgar suas roupas íntimas
não quero abortar meu feto pútrido
cansei de fingir não estar grávido
cansei de fingir que não te desejo mais do que Zeus
cansei de muitas coisas
menos do cheiro que sua vagina exala quando
você dança sambamaxixexaxado em cima do meu caralho
então dança que eu te danço e te mostro
o pau a pino cheio de fel
a luz que transborda do meu céu. 

Um comentário:

  1. Você é um poeta. Meu avô gostaria dos seus escritos.
    Baby, estou muda e chorando. Por que não sei...
    Pra quê amendoeiras?

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