sexta-feira, 22 de junho de 2012

cinco poemas de adaga & sangue


"06.06.12 - hoje Vênus passou como um cometa frente ao sol."

os núrmeros? ah, os números.


...porque Whitman com suas garras agarrara a mão de Lorca.


...& então o poeta perdido em Nueva York teve seu coração em forma de zapato envernizado e nu lambido por um marinheiro barbudo que se travestia de cocotinha em flor porque só ele sabia fazer amor ao ritmo do jazz no Harley ou no Brooklin com notas telepáticas e sincopadas do Miles – trompete – mastodonte provocando no poeta o frenesi sexual de um deus puta que fosse talvez o filho não nascido de Mondigliani e o poeta via em gotas: as gotas do sangue de pato as sereias nas aldeias o esqueleto do esqueleto dos amores alaranjados sobre as ruas do bairro negro onde o poeta dançou nu & acompanhado pelo marinheiro que se desdobrava em eus saudando la multitud que vomita com lírios debaixo do braço exalando fumaça nos olhos retorcido de tesão...

Seis dias após Vênus
Se mostrar frente ao sol.


Íntimo.


ler ao som de Captain Beefheart, Ashtray Heart

na minha cama você é puta e concubina. lama das suas têmporas. maçã & romã das entranhas. na minha cama seus olhos são cinzeiros, suas olheiras são as estigmas do tempo não redescoberto. bate as asas as nádegas as claras do ovo primordial. seu corpo arquejava & eu bebia o suor sagrado de Ariana que espera Dionísio cantando canções noturnas onde planeja assassinar as bacantes. o muco nas suas maçãs. as romãs romanas florescem nesse jardim de Adonis que é nossa cama desarrumada. as romãs romanas são seus seios duros apontando para lua, e é por isso que na minha cama você é puta e concubina.

“aqui as romãs romanas não crescerão mais”
 Roberto Piva




o terço

à Lou-Andrea Salomé e tua vulva com o glúten dionisíaco.


acende o fogo da tua paixão
                com meu fósforo nos teus pentelhos...








a respeito de um poema vermelho

teu dedo de chocolate argentino marcado na página do livro que mais gostara deixou à memória um tempo em que as tardes regadas a vinho e maconha lambiam dois crânios nus & alaranjados quebrados como a vridação de vênuz das trepadas não dadas no sótão enquanto as cordas da guitarra onde o amor se desespera colocava aquela alma turva e cabeluda de quatro para trepar loucamente cavalgando sobre as páginas de um livro beat qualquer urrando suor nas prateleiras a ouvir musica francesa para tentar tirar o véu da vulva para tentar lamber o barro dos teus olhos para tentar secar o fogo inveterado da tua cabeleira messalina. “não há que se escrever poemas em vermelho já que se apagam  destas páginas, todavia teu dedo de chocolate argentino não.

Dez dias após Vênus
Se mostrar frente ao sol.

Cabeleira azul.

Após ler
 “Vens na noite com a fumaça fabulosa de tua cabeleira”

César Moro

A cabeleira azul e fumacenta possuía escombros dentro de si. Osíris juntara os fios daquela cabeleira & havia sal no falos de borracha no chão do caos do infinito.

Ela atirava estrelas nos olhos dos amantes e compunha poemas azuis para rocks à la Stones.

Apetite selvagem para látex.  passava pomada na greta. curare candidíase curare. curare concupiscência curare.

pedaços de nádegas de nádegas de naus a ver navios. This is the fallen angel. os paus os cus as bocetas ligadas nas antenas externas dos caracteres ou no caráter dos karatecas kamikazes.

Pólen fallen. Alejarme por nadie. o sangre. Tout et ele.

cabeleira azul fumacenta saindo do banho frio com pólvora na lança.

talvez tenha exagerado no veneno.  

cabeleira azul, teu corpo é uma pêra cravada na lança do jardim de bitucas dos cigarros que fumamos.


Quinze dias após Venus
Se mostrar frente ao sol.

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